Beksinski + Le Guin

























À tarde passamos pelo cume, em Eskar, a 4.600 metros. Olhando para a encosta da face sul de Kostor, pela qual havíamos rastejado num avanço infinitesimal ao longo do dia, avistei um estranho afloramento, uma formação rochosa semelhante a um castelo, aproximadamente quatrocentos metros acima da estrada.

– Está vendo o Retiro lá em cima? – disse o motorista.
– Aquilo é uma construção?
– É o Retiro de Ariskostor.
– Mas ninguém conseguiria viver aqui em cima.
– Ah, os Velhos conseguem. Dirigi numa caravana que trazia comida de Erhenrang para eles, no final do verão. Claro que não conseguem entrar nem sair durante dez ou onze meses no ano, mas eles não ligam. Tem uns sete ou oito Habitantes lá em cima.

Contemplei os pilares de pedra bruta, solitários na imensa solidão das alturas, e não acreditei no motorista; mas afastei minha incredulidade. Se havia um povo capaz de sobreviver numa habitação gelada nessas alturas, era o povo karhideano.

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